sexta-feira, 25 de abril de 2014

História


A Igreja Católica Apostólica Brasileira é uma instituição 

religiosa, fundada em 6 de julho de 1945, por Dom Carlos 

Duarte Costa. Ele Estudou no colégio interno Pio-Latino 

Americano, formando-se em teologia e filosofia. Ingressou 

no corpo clerical da igreja católica apostólica romana, 
recebendo sua ordenação como presbítero em abril de 
1911. Foi vigário geral da arquidiocese do Rio de Janeiro em 
1923 e segundo bispo de Botucatu em 1924.

Dom Carlos foi um sacerdote à frente de seu tempo, 
sensível à situação do povo, atuou politicamente em 
apoio à revolução constitucionalista de 1932, e socialmente
em ações humanitárias, em Botucatu. Suas ideias e ações, 
profundamente enraizadas nos ensinamentos do evangelho
de Cristo, desafiavam a ordem estabelecida, despertando
a hostilidade da cúria romana. Dom Carlos criticava o 
grande acúmulo de bens, pela igreja, indo além ao 
dispor dos recursos de sua diocese em favor dos pobres. 
Ao ser investigado por utilizar esses bens em ações 
sociais, pediu renúncia do cargo de bispo de Botucatu.

Durante seu ministério na igreja romana, Dom Carlos se revelou contra determinados dogmas impostos aos fiéis e ao clero e a certas atitudes da Igreja. Nesse sentido, apesar de ter se mantido celibatário durante toda a sua vida, ele era contrário a exigência obrigatória do celibato aos sacerdotes, porque entendia ser contra a natureza; outro ponto de discordância era a soberania e infalibilidade atribuída ao bispo de Roma, a quem a igreja romana chama de papa; Dom Carlos também era contrário à maneira mercenária como a igreja romana se relacionava com o estado, a influência que tinha nos assuntos de governos, pois iam de encontro às ideias do próprio Cristo, que afirmou: “daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.  Ele buscou, durante todo seu sacerdócio, argumentar e dialogar com as autoridades romanas sobre tais discrepâncias, porém o totalitarismo romano não aceitava tais indagações.

Dom Carlos foi o pioneiro da teologia da libertação e precursor de uma série de pensamentos e ideais que,
posteriormente, vieram nortear diversos movimentos clericais.

No início da década de 40, o reverendo Hewlett Johnson, da igreja anglicana, escreveu um livro chamado "O poder soviético", no qual defendia o regime socialista instaurado na Rússia, que se propunha a atender aos anseios de uma população tiranizada à séculos, por um regime imperial cruel e retrógrado. Solidário aos anseios dos pobres, Dom Carlos prefaciou este livro, o que gerou comentários por todo mundo, pois se tratava de um sacerdote católico defendendo um sacerdote anglicano, em uma época onde a relação entre diferentes denominações religiosas ainda era vista com aversão por muitos.

Infelizmente, alguns de seus irmãos de ofício, tentados pelo poder secular, passaram a descaracterizar o discurso de Dom Carlos e a taxá-lo de comunista. Em 6 de junho de 1944, oficiais do governo foram até a sua residência no Rio de Janeiro e o prenderam. Durante três meses várias manifestações ocorreram, dentro e fora do Brasil, pela libertação do bispo, inclusive, com pedidos diretos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), do presidente norte-americano e das Nações Unidas. Em setembro daquele ano, Dom Carlos foi libertado.

No final da 2ª guerra mundial, um escândalo abalou a confiança do povo no Vaticano - estado clerical, berço da igreja romana, criado alguns anos antes pelo líder fascista Benito Mussolini. Ocorre que muitos dos oficiais nazifascistas capturados no fim da guerra, seriam julgados em Nuremberg, pelos crimes cometidos, por seus regimes, contra a humanidade. Como pagamento pela criação de seu estado, a igreja de Roma auxiliou a fuga de muitos desses oficiais para o continente americano, através da chamada "Operação Odessa", que foi denunciada publicamente por Dom Carlos, atraindo para si a ira do então bispo de Roma, Pacelli (Papa Pio XII).

Não sendo mais possível conviver com tantas divergências, no dia 06 de julho de 1945, Dom Carlos lançou o manifesto de nascimento da Igreja Católica Apostólica Brasileira, com o propósito claro de ser uma igreja para Deus e para o povo, ao contrário da igreja romana, que se tornara uma igreja para o poder secular. No dia seguinte à criação da ICAB, o Papa Pio XII decretou a excomunhão de Dom Carlos. No entanto, já era tarde demais, porque ele já não mais se encontrava sob jurisdição do Vaticano.

Sem deixar-se abater pelo cisma que provocara, Dom Carlos colocou sua vida a serviço do Evangelho, compreendeu os desígnios de Deus e encarnou a missão que Cristo o confiou, de organizar a igreja firmada na Palavra e alicerçada no exemplo de Jesus e das primeiras comunidades cristãs. E assim nasce a igreja instituída por ele: mantendo a mesma fé católica e apostólica, mas eminentemente brasileira; capaz de se expandir pelo mundo, sem poder imperialista, mas com a glória e a força do Espírito Santo; sem um “papa”, líder soberano e “infalível” - só Deus é infalível e soberano; sem dogmas oportunistas e sectários; sem a obrigatoriedade do celibato, pois o casamento é uma instituição divina; sem discriminar a mulher que sempre marcou decisivamente sua participação em todas as igrejas cristãs; desfraldando sua bandeira de luta, por Deus, Terra e Liberdade!

A ICAB é uma igreja livre, que luta pela libertação do homem com relação aos apegos materiais; respeitando “o princípio da mais ampla liberdade de pensamento, em matéria religiosa, civil, política, científica e filosófica, não podendo qualquer pessoa ser inquirida, sob nenhum pretexto, com relação as suas crenças, para que não fique condicionado ou limitado qualquer direito ou dever”(Dom Carlos Duarte Costa, Manifesto à Nação, 1945); defendendo a igualdade de direito para todos - levando em consideração as suas diferenças, sem nenhum tipo de descriminação.

Mesmo diante da história, algumas pessoas ainda questionam sobre a validade da Igreja Católica Apostólica Brasileira, porém é preciso lembrar que a ICAB traz consigo uma autêntica sucessão apostólica, outorgada por Dom Carlos Duarte Costa, quando foi sagrado bispo.

A ICAB é uma igreja santa, não só pela cabeça, que é Cristo, mas pelos seus membros, santificados pelo batismo. A validade dos seus sacramentos permanece pela força e pelo poder de Cristo Jesus, ministro prioritário dos mesmos. Ante a sociedade secular a ICAB é reconhecida como uma associação civil, de personalidade jurídica, de âmbito nacional, registrada em cartório desde 26.06.1945. Sua legalidade é reconhecida podendo exercer ante o povo brasileiro todas as funções eclesiásticas que lhe competem, inclusive celebrar o casamento religioso com efeito civil; tendo toda a liberdade de culto, garantida pela legislação brasileira.

Segundo o artigo 4º de seu estatuto interno, a ICAB tem por finalidade:

a) Proporcionar, aos seus membros, meios para alcançarem, pessoal e socialmente, um conhecimento religioso
progressivo, dirigido pelo Espírito Santo, alimentado pelos ensinamentos de Jesus Cristo;
b) Promover o culto cristão, a obediência a Deus, às suas leis e à pregação de sua palavra;
c) Ministrar os santos sacramentos, sinais visíveis da graça divina;
d) Manter a fraternidade universal e evangelizar o Brasil.

A ICAB faz o seu apostolado, seguindo os ensinamentos e a ordem do Cristo que diz: “ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”. (Mt 28,19-20).



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